Noites de chuva

A noite está fria



E o vento gelado.

A chuva corta o ar

Como ímpias facas.

E eu nem me dou

Ao trabalho

De procurar abrigo
Ou agasalho.
Peço a Zeus


Que me agracie


Com um raio.


Que seja esse


Um golpe fatal


Sem piedade.
Um forte,


Grande,


E estrondoso


Disparo.
Que a paz eterna


Se aproxime rápido.


Que a morte


Se apoderes de meu


Corpo molhado.


E que eu deixe


De sofrer


Como um desgraçado.
A chuva bate


Em meu rosto.


O vento me carrega


E a saudade me corrói


E me mata.
Lembro-me,


De minha amada,

De como éramos felizes,

Mas logo recobro a memória,

E me revejo em desgraça.
Sento-me no chão frio,

E minhas tristes lágrimas

Misturam-se a chuva gelada.
Souto o primeiro

De muitos espirros,

E espero

Que a doença venha

E me liberte dessa vida

De saudades.

Átila Siqueira.

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